quinta-feira, julho 12, 2007

Bloco de Esquerda interpela o Governo sobre Mobilidade na AMP



Recebemos da deputada Alda Macedo, eleita pelo círculo eleitoral do Porto pelo partido Bloco de Esquerda o texto de uma interpelação ao governo na pessoa da Secretária de Estado Ana Vitorino acerca dos problemas de mobilidade na Área Metropolitana do Porto.
Reproduzimos abaixo o texto recebido que aborda várias das questões que os Movimentos de Utentes têm vindo a questionar e reivindicar.

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Sras. e Srs. Membros do Governo, Sras. e Srs. Deputados,




Sobre Autoridades Metropolitanas de Transportes, estamos conversados, no decurso das respostas da Sr.ª Secretária de Estado ouvimos muitas justificações para o atraso da implementação das Autoridades Metropolitanas de Transportes, mas não ouvimos nenhum compromisso claro em relação ao cumprimento desta prioridade.

O Discurso da Sr.ª Secretária de Estado suscita-nos, no entanto uma enorme preocupação, a exposição da Sr.ª Secretária de Estado refere-se enfaticamente ao papel dos autarcas na definição de Planos Metropolitanos de Mobilidade, mas não tem uma palavra sequer para se referir às Associação de Utentes que são quem dá corpo e voz às necessidades e expectativas dos utilizadores. No entanto as Associações de Utentes aguardam há anos pela sua regulamentação e o Governo deve hoje comprometer-se com a resolução desta lacuna. Para quando a regulamentação das Associações de Utentes de Transportes Públicos?

No que diz respeito à qualidade dos transportes na área metropolitana do Porto devo contradizê-la em três aspectos: Cobertura territorial; sistema de bilhética e zonamento.

Em matéria de cobertura territorial, o Governo não pode, sob o pretexto da conclusão da primeira fase do Metro do Porto continuar a sustentar a ideia de que houve uma melhoria significativa e um aumento de oferta. Em primeiro lugar porque não existe ainda uma verdadeira rede de metro ligeiro e em segundo lugar porque a reestruturação da rede da STCP não correspondeu a um aumento mas ao abatimento de linhas de circulação de autocarros que agravaram ainda mais a periferização de alguns dos bairros mais periféricos dos concelhos da área metropolitana.

A título de exemplo, a Nova Rede STCP aboliu pura e simplesmente a ligação entre a Freguesia de Águas Santas, uma das freguesias mais populosas do concelho da Maia, e o centro do Concelho da Maia. Isto é a demonstração da mais pura irracionalidade no que diz respeito à prestação do serviço público.

Quando uma rede de transportes públicos não garante a ligação entre o centro do concelho e as respectivas periferias está a contribuir para agravar processos de exclusão social, quando devia ter a prioridade de promover cidades mais inclusivas.

O problema seguinte que é o da intermodalidade entre diferentes operadores na mesma área metropolitana. Aquilo que a Senhora Secretária de Estado afirma em relação ao processo de simplificação e harmonização do sistema de bilhética também não corresponde à verdade porque não há na Área Metropolitana do Porto um título de transporte que permita circular em todos os operadores que prestam serviço na área metropolitana. Não é por ter inaugurado um “Centro de Mobilidade” no centro, no coração da cidade que este problema fica resolvido. Porque é que no dia da greve geral os passageiros puderam viajar em todos os transportes com o mesmo título e nos outros dias não podem?

Além disso precisa de explicar qual é o conceito de equidade de tratamento entre cidadãos para o Governo.

Porque é que um cidadão de Lisboa pode viajar entre a Expo e Belém, aproximadamente 12 a 13 km, viajando sempre dentro da mesma zona, e no entanto, no Porto, para viajar entre Campanhã e a Foz, uma distância menor, 7 a 8 Km passa por três zonas distintas e portanto vê o custo da sua viagem enormemente agravado ?

Para concluir, deixe-me dizer-lhe que a Sr.ª Secretária de Estado apresentou aqui o sistema de bilhética sem contacto como a grande inovação, mas ela apresenta um problema que precisa de ser resolvido, é que este modelo de título não permite que os utentes tenham conhecimento do “saldo” de viagens de que ainda dispõem, e esse é um problema para a Senhora e os técnicos que o Governo contrata resolverem.



Quarta-feira, 11 de Julho de 2007


Alda Macedo

deputada do Bloco de Esquerda

quarta-feira, julho 04, 2007

CARTA REIVINDICATIVA DOS UTENTES DOS TRANSPORTES DA AMP

A CULP integra o Movimento de Utentes dos Transportes da área metropolitana do Porto MUT-AMP e participou activamente na elaboração desta Carta Reivindicativa a qual colocamos à discussão de todos e todas o(a)s utentes dos transportes e demais cidadãos.

A mobilidade interessa a todo(a)s pois disso depende a sustentabilidade e a nossa qualidade de vida e das nossas cidades.


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O documento não é um documento fechado e pode e deve ser enriquecido com contributos.

Embora em último lugar, a exigência da rápida entrada em funcionamento da Autoridade Metropolitana de Transportes, é talvez aquela que tem sido mais referida pelo MUT-AMP (a par da reposição da anterior rede da STCP) pois só uma autoridade única sobre todos os modos e operadores pode por termo ao caos e às decisões casuísticas de cada uma das operadoras, e dar uma unidade e lógica ao sistema de transportes, colocando-os a funcionar em rede, a qual resulte das necessidades dos utentes, verificadas, delineadas e implementadas em processo aberto de negociação entre utentes, tutela governativa, metropolitana e operadores.

Assim o esperamos, há tempo demais.


sexta-feira, junho 08, 2007

o nó salvador da linha vermelha



Configuração actual da confluência das linhas Azul/Vermelha/Verde/Violeta


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Muitos foram os que achando a nossa proposta como a ideal, questionaram a sua exequibilidade, designadamente se haveria espaço para a realização da derivação e agulhamento das diversas linhas.

De notar que a originalidade da solução que apresentamos não está na ligação S.ª da Hora-> H.S. João em si, mas na ligação sem transbordo pois só esta permite reduzir tempo de viagem.

As dúvidas prendiam-se exactamente sobre a exequibilidade da ligação sem transbordo.

Com a ajuda do Google earth tentamos exemplificar como isso poderia ser feito e encontramos duas meras possibilidades, mas com maior tempo imaginação e melhores conhecimentos técnicos, concerteza se encontrará outras.

Ambas são semelhantes à derivação que existe na linha E (violeta) de acesso ao aeroporto, na paragem de Verdes. A linha desvia ligeiramente para a direita e passa por baixo da linha vermelha.
A necessidade do desnivelamento impõe-se apenas se a trajecto a partir da S.ª da Hora tiver de ser em túnel, caso contrário a solução seria mais fácil, a mesma que faz derivar na S.ª da hora a linha para Matosinhos.
Sugestão 1
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[a laranja a nova ligação
a ponteado a zona subterrânea]



O ponto de amarração das linhas situa-se no exacto ponto de entroncamento da lina azul com a vermelha/verde/violeta, aproveitando o espaço aí existente constituído por uma faixa arborizada paralela à linha. Admite-se a necessidade de uma ligeiro desvio da linha azul nesse troço final para norte ocupando parte da zona ajardinada a fim de permitir a circulação automóvel de acesso à paragem da S.ª da Hora. Não será a falta de espaço que impedirá esta solução.

Sugestão 2
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esta sugestão de solução de amarração entre as linhas está situada mais a sul, aproveitando o espaço adjacente à paragem da S.ª da Hora e aproveitando parte do espaço ajardinado do parque de estacionamento.

A primeira solução parece-nos menos problemática e com menor impacto na zona mais urbana e central da S.ª da Hora mas tem que ser resolvido o problema de circulação automóvel, embora nos pareça existir espaço suficiente para serem bem compatibilizados os dois modos de transporte.

Deve ser referido que com esta nova ligação a norte do ponto central da Trindade, cria uma nova centralidade de toda a rede a qual deixaria a sua configuração de uma estrela para constituir uma grande malha fechada entre a Trindade, Marquês, H.S. João, S.ª da Hora, Casa da Música, permitindo alternativa de circulação redundante no caso de avaria ou acidente e com isso aumentando a fiabilidade de toda a rede.

Finalmente agradecemos os comentários realizados e solicitamos que façam os comentários para o blogue em vez de usarem o nosso mail, porque permite que outros se refiram a eles e assim o debate se faça de forma aberta entre todos e todas.

Ligação S.ª da Hora <--> H.S.João versus linha da Boavista

O Metro substituiu o comboio na linha da Póvoa e como sabemos as vantagens não são evidentes, pese todo o investimento realizado. Os utentes reclamavam sobretudo maior rapidez na ligação entre os dois concelhos situados mais a norte e a centralidade que é o Porto.




















rede actual
[entre parêntesis o número de viaturas por hora em hora de ponta]
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As automotoras faziam o trajecto em via única entre a Póvoa de Varzim e a estação da Trindade em cinquenta e três minutos, agora, o Metro dito ligeiro, demora mais três minutos nas viagens ‘normais’ e menos oito minutos nas viagens denominadas ‘expresso’, muito longe dos trinta e cinco minutos reclamados pelos utentes, e que tornaria este meio de transporte colectivo público competitivo com o transporte individual, o qual faz o mesmo trajecto em vinte e cinco minutos.
Antes da introdução do Metro, a CP explorava duas linhas suburbanas de ‘via estreita’, a linha da Póvoa e a da Trofa, ambas com extensões de cerca de 30 quilómetros, com as mesmas viaturas e com o mesmo tarifário constituído por três zonas. A linha da Trofa cuja concessão transitou para a Metro, está interrompida entre o ISMAI e a Trofa, trajecto que é realizado de autocarro; no entanto a Trofa é servida pela linha do Minho que faz o trajecto até à estação de S. Bento.
[CP: tabelas e zonas]
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A linha do Minho sofreu obras de modernização e realiza o trajecto TROFA/S.Bento entre 28 e 35 minutos, um bilhete de três zonas custa 1,4€, um passe mensal normal custa 34,5€ e o passe de estudante 25,85€. Para percorrer igual distância -30 kilómetros- o Metro na linha da Póvoa, exige um título de seis zonas com o custo de 1,85€, um passe mensal normal custa 49,5€ e um de estudante 37,15€. A comodidade da viagem traduzida pelo número de lugares sentados, a qualidade dos abrigos e a disponibilidade de casas de banho entre outros atributos, também pende para o comboio.

[Metro: tarifário Andante]
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Com mais comodidade e conforto, os utentes do comboio fazem igual trajecto em metade do tempo, por um custo entre trinta a cinquenta por cento mais barato.

Os utentes da linha da Póvoa e o país não têm razão para estarem contentes e por isso continuam a reclamar do poder público soluções que corrijam ou minorem o mal feito.

Este menor desempenho do Metro face ao comboio, resulta, não de qualquer menor valia próprio do sistema Metro, mas sim da sua implementação em terreno adverso, como são as linhas suburbanas de grande extensão inseridas em zonas geográficas com densidade populacional baixa, inadequada a este sistema.

Uma correcção está já em curso e com a entrada em funcionamento em 2008, de um ‘comboio ligeiro’ que com mais lugares sentados e espera-se, com assentos ergonómicos, aumentará a comodidade da viagem; no entanto não será possível tirar todo o partido da sua maior velocidade uma vez que entre a S.ª da Hora e Trindade não tem possibilidade de ultrapassar as viaturas lentas.

Essa limitação poderia ter uma solução se na segunda fase do Metro, fosse adoptada a ligação --sem transbordo-- entre a S.ª da Hora e o Hospital de S. João.


Ligação S.ª da Hora <--> H.S.João
[entre parêntesis a vermelho,o número de viaturas desviadas para a nova ligação]
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Entre parêntesis o n.º de viaturas por hora; a vermelho aquelas que seguiriam pelo canal alternativo

As viaturas rápidas poderiam assim ter um canal alternativo e desafogado de acesso ao centro do Porto, com três novos trajectos sem transbordo: Póvoa-Gaia, Matosinhos-Gaia e Maia-Trofa/Gaia, passando pelo Hospital de S. João-Pólo Universitário. Os utentes que da Póvoa e Vila do Conde, se destinam ao Hospital de S. João, IPO e pólo universitário da Asprela, além de verem o tempo de viagem radicalmente reduzido de sessenta e seis para menos de quarenta minutos, viam também reduzir o custo da viagem em 31% (13,4€ menos), pois o seu trajecto final, passaria directamente da zona C5 para a zona C6, em vez do actual percurso C5,C2, C1, C6, com um título Z5 em vez de Z7.

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C5[Fonte do Cuco] > C6[H.S.João]
em vez de
C5 > C2 > C1[Trindade] > C6[H.S.João]

Se a procura o justificar, além das duas viagens normais, pode ser aumentada a oferta do serviço expresso nas horas de ponta, seguindo a partir da Fonte do Cuco, um pelo trajecto actual e outro na direcção de Gaia, passando pelo H.S. João.

Metade da oferta actual da linha azul, verde e vermelha, poderia circular pela nova via e assim constituir parte significativa da linha amarela, libertando o saturado canal entre a S.ª da Hora e a Trindade.

Resumindo:
  • Além de melhorar a oferta, a segurança e a operacionalidade de toda a rede, retirava pelo menos 5 das 14 viaturas por hora do troço congestionado da S.ª da Hora/Trindade.
  • Os concelhos de Matosinhos, Trofa, Maia e Gaia (linhas Verde, vermelha e Azul) ficariam ligados directamente entre si, dando mais forma ao conceito de rede.
  • Os utentes destas 3 linhas que se destinam ao Pólo Unuversitário da Asprela e aos Centros Hospitalares aí localizados, veriam o tempo de viagem encurtado e embaratecido, aumentando assim a actratividade do transporte público em relação ao transporte individual, e por essa via, melhorando a mobilidade em toda a zona circundante, bem como a rentabilidade do sistema METRO/ANDANTE.
  • A linha da Boavista que não se justifica pela procura de utentes, deixava também de ter a saturação da linha como o seu argumento justificativo.

Linha da Póvoa tem metade dos passageiros previstos

[Jornal de Notícias] - Terça-feira, 8 de Maio de 2007





a opinião dos utentes:

"... a 'culpa' é das muitas paragens - 21 só no troço Fonte do Cuco/Póvoa - que tornam os tempos de percurso pouco atractivos, face ao automóvel e até face ao autocarro, que, por exemplo, no caso do Pólo Universitário da Asprela - para onde se desloca a maioria dos estudantes (uma enorme fatia dos movimentos pendulares Póvoa/Vila do Conde-Porto) - "bate" o metro, a preços mais baixos e sem transbordos."

"...
Nas freguesias são muitas as estações "no meio do nada", com fracas acessibilidades, em locais ermos e escuros."

"...
ainda, os problemas da própria rede: a ligação ao Pólo da Asprela, por exemplo, obriga à ida à Trindade, transbordo e mais de uma hora de caminho. Os veículos expresso - semi-directos - "são poucos" e, dado o troço comum Senhora da Hora-Dragão, param em todas as estações a partir da Senhora da Hora."

"...são os preços elevados que afastam novos clientes."

"...
dizem os passageiros, são muitas as estações "no meio do nada", "a meia dúzia de metros" da estação anterior. "


O que diz o Administrador da Metro, Mário Almeida:

"...
admite que as paragens "talvez sejam muitas", mas para o autarca e membro do Conselho de Administração da MP é, sobretudo, a demora na conclusão dos trabalhos que está a "travar" a maior adesão."


A realidade dos números:

"...
Os dados da Metro confirmam na Azurara (Vila do Conde), por exemplo, a média em dia útil é de 116 passageiros. No total, são cinco as estações que não chegam aos 200 passageiros por dia útil e mais quatro que não passam dos 300. Depois vêm, ainda, os problemas da própria rede: a ligação ao Pólo da Asprela, por exemplo, obriga à ida à Trindade, transbordo e mais de uma hora de caminho. Os veículos expresso - semi-directos - "são poucos" e, dado o troço comum Senhora da Hora-Dragão, param em todas as estações a partir da Senhora da Hora."

O nosso comentário:

"O que nasce torto tarde ou nunca se endireita" diz a sabedoria popular.

Não se podem queixar de que não foram avisados...

Ainda cremos que é possível corrigir(minimizar) o mal feito, com as viaturas mais velozes e cómodas (esperemos que os bancos sejam ergonómicos) que vão entrar ao serviço em 2008, e esperemos com a ligação directa e sem transbordo ao H.S. João/Gaia.

Lutemos todos por esse objectivo.

Também urge corrigir os abrigos das paragens e a abrir as Casas de Banho aos utentes.

Não deixa de ser curioso, esta aparente 'descintonia', os utentes falam em paragens a mais e mal localizadas e sem condições, em tarifários caros, em transbordos, em lentidão.

Outros com responsabilidades, falam em obras de inserção urbana, em avenidas de 3km paralelas ao Metro; talvez seja para promover corridas entre os carros e o Metro, e assim deixar claro por que motivo não usam este.







Oficinas do metro não têm condições para tram-train


[Jornal de Notícias]
- Quarta-feira, 2 de Maio de 2007
Imagem virtual dos tram-train que deverão circular ao serviço da Metro do Porto

Hugo Silva

A Metro do Porto vai gastar mais 4,3 milhões de euros em obras de alargamento e de adaptação do Parque de Manutenção e Oficinas (PMO) de Guifões, em Matosinhos, para os veículos tram-train. As composições especiais (mais lugares, mais cómodas e mais rápidas) adquiridas para as linhas da Póvoa e da Trofa obrigarão a empresa a desembolsar mais dinheiro, uma vez que as instalações oficinais não estão preparadas para as acolher. O concurso público lançado para a realização da empreitada já foi publicado em Diário da República.

Os primeiros Flexity Swift deverão ser entregues à Metro do Porto no final do primeiro trimestre do próximo ano. No total, os 30 veículos representam um investimento de 115 milhões de euros. Ao contrário do que aconteceu com os actuais veículos do metro - Eurotram -, que foram construídos em Portugal, os tram-train estão a ser produzidos na Alemanha. Apenas a montagem final será executada em solo nacional, nas instalações da EMEF (Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário), também em Guifões.

A chegada de 30 novas composições aumentará, de forma significativa, a actual frota da Metro do Porto, constituída pelos 72 Eurotram a operar nas cinco linhas em funcionamento. O PMO de Guifões não tem condições para o aparcamento e posterior manutenção dos tram-train (responsabilidade da Bombardier, durante cinco anos) uma vez que são veículos com características distintas dos que estão actualmente ao serviço da Metro.

Prazo de 10 meses

Será necessário proceder, então, a uma série de trabalhos nas instalações de Guifões. Os investimentos necessários estão discriminados no próprio texto do concurso 1,1 milhões de euros para o torno de fosso; 750 mil euros para macacos de elevação; 800 mil euros para equipamento da estação de serviço; 600 mil euros para uma câmara de aspiração; 450 mil euros para equipamento de concepção/construção e 650 mil euros para ferramentas.

Tendo em conta que a abertura das propostas está marcada para o primeiro dia de Junho, a escolha do vencedor e posterior adjudicação só ocorrerá no segundo semestre deste ano. Como o prazo para a realização da empreitada é de 10 meses, também só segundo semestre do próximo ano é que o PMO de Guifões deverá estar totalmente preparado para acolher os Flexity Swift.

Os tram-train que vão circular nas linhas da Metro do Porto representam uma evolução das que já circulam, há alguns anos, em Saarbrucken (Alemanha) e em Croydon (Inglaterra).

O processo de aquisição das composições ficou marcado pela polémica. O primeiro concurso lançado pela Metro do Porto chegou mesmo a ser anulado, após a intervenção do Governo, devido aos elevados custos.


Veículos especiais vão alimentar a rede

Os 30 veículos tram-train, que circularão "prioritariamente" nas linhas da Póvoa e da Trofa, vão custar 115 milhões de euros. A maior capacidade (100 lugares sentados, mais 20 do que os actuais veículos) e a possibilidade de atingir velocidades mais elevadas (atinge os 100 quilómetros por hora, mais 20 quilómetros por hora do que os Eurotram) são as duas principais vantagens das novas composições. Aquando da assinatura do contrato com o consórcio que vai fornecer os Flexity Swift, a Empresa do Metro do Porto sublinhou, ainda, as vantagens ambientais dos veículos servirão para ajudar a alimentar toda a rede.

"A energia usada na tracção eléctrica dos Flexity é parcialmente recuperada durante a frenagem, funcionando os motores como geradores e aproveitando a energia cinética do veículo. Esta energia é devolvida à rede podendo, assim, ser usada por outros veículos", explicou a empresa. Ainda de acordo com a Metro, estima-se que será possível recuperar cerca de 30% do total de energia consumida.