sexta-feira, junho 08, 2007

Ligação S.ª da Hora <--> H.S.João versus linha da Boavista

O Metro substituiu o comboio na linha da Póvoa e como sabemos as vantagens não são evidentes, pese todo o investimento realizado. Os utentes reclamavam sobretudo maior rapidez na ligação entre os dois concelhos situados mais a norte e a centralidade que é o Porto.




















rede actual
[entre parêntesis o número de viaturas por hora em hora de ponta]
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As automotoras faziam o trajecto em via única entre a Póvoa de Varzim e a estação da Trindade em cinquenta e três minutos, agora, o Metro dito ligeiro, demora mais três minutos nas viagens ‘normais’ e menos oito minutos nas viagens denominadas ‘expresso’, muito longe dos trinta e cinco minutos reclamados pelos utentes, e que tornaria este meio de transporte colectivo público competitivo com o transporte individual, o qual faz o mesmo trajecto em vinte e cinco minutos.
Antes da introdução do Metro, a CP explorava duas linhas suburbanas de ‘via estreita’, a linha da Póvoa e a da Trofa, ambas com extensões de cerca de 30 quilómetros, com as mesmas viaturas e com o mesmo tarifário constituído por três zonas. A linha da Trofa cuja concessão transitou para a Metro, está interrompida entre o ISMAI e a Trofa, trajecto que é realizado de autocarro; no entanto a Trofa é servida pela linha do Minho que faz o trajecto até à estação de S. Bento.
[CP: tabelas e zonas]
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A linha do Minho sofreu obras de modernização e realiza o trajecto TROFA/S.Bento entre 28 e 35 minutos, um bilhete de três zonas custa 1,4€, um passe mensal normal custa 34,5€ e o passe de estudante 25,85€. Para percorrer igual distância -30 kilómetros- o Metro na linha da Póvoa, exige um título de seis zonas com o custo de 1,85€, um passe mensal normal custa 49,5€ e um de estudante 37,15€. A comodidade da viagem traduzida pelo número de lugares sentados, a qualidade dos abrigos e a disponibilidade de casas de banho entre outros atributos, também pende para o comboio.

[Metro: tarifário Andante]
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Com mais comodidade e conforto, os utentes do comboio fazem igual trajecto em metade do tempo, por um custo entre trinta a cinquenta por cento mais barato.

Os utentes da linha da Póvoa e o país não têm razão para estarem contentes e por isso continuam a reclamar do poder público soluções que corrijam ou minorem o mal feito.

Este menor desempenho do Metro face ao comboio, resulta, não de qualquer menor valia próprio do sistema Metro, mas sim da sua implementação em terreno adverso, como são as linhas suburbanas de grande extensão inseridas em zonas geográficas com densidade populacional baixa, inadequada a este sistema.

Uma correcção está já em curso e com a entrada em funcionamento em 2008, de um ‘comboio ligeiro’ que com mais lugares sentados e espera-se, com assentos ergonómicos, aumentará a comodidade da viagem; no entanto não será possível tirar todo o partido da sua maior velocidade uma vez que entre a S.ª da Hora e Trindade não tem possibilidade de ultrapassar as viaturas lentas.

Essa limitação poderia ter uma solução se na segunda fase do Metro, fosse adoptada a ligação --sem transbordo-- entre a S.ª da Hora e o Hospital de S. João.


Ligação S.ª da Hora <--> H.S.João
[entre parêntesis a vermelho,o número de viaturas desviadas para a nova ligação]
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Entre parêntesis o n.º de viaturas por hora; a vermelho aquelas que seguiriam pelo canal alternativo

As viaturas rápidas poderiam assim ter um canal alternativo e desafogado de acesso ao centro do Porto, com três novos trajectos sem transbordo: Póvoa-Gaia, Matosinhos-Gaia e Maia-Trofa/Gaia, passando pelo Hospital de S. João-Pólo Universitário. Os utentes que da Póvoa e Vila do Conde, se destinam ao Hospital de S. João, IPO e pólo universitário da Asprela, além de verem o tempo de viagem radicalmente reduzido de sessenta e seis para menos de quarenta minutos, viam também reduzir o custo da viagem em 31% (13,4€ menos), pois o seu trajecto final, passaria directamente da zona C5 para a zona C6, em vez do actual percurso C5,C2, C1, C6, com um título Z5 em vez de Z7.

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C5[Fonte do Cuco] > C6[H.S.João]
em vez de
C5 > C2 > C1[Trindade] > C6[H.S.João]

Se a procura o justificar, além das duas viagens normais, pode ser aumentada a oferta do serviço expresso nas horas de ponta, seguindo a partir da Fonte do Cuco, um pelo trajecto actual e outro na direcção de Gaia, passando pelo H.S. João.

Metade da oferta actual da linha azul, verde e vermelha, poderia circular pela nova via e assim constituir parte significativa da linha amarela, libertando o saturado canal entre a S.ª da Hora e a Trindade.

Resumindo:
  • Além de melhorar a oferta, a segurança e a operacionalidade de toda a rede, retirava pelo menos 5 das 14 viaturas por hora do troço congestionado da S.ª da Hora/Trindade.
  • Os concelhos de Matosinhos, Trofa, Maia e Gaia (linhas Verde, vermelha e Azul) ficariam ligados directamente entre si, dando mais forma ao conceito de rede.
  • Os utentes destas 3 linhas que se destinam ao Pólo Unuversitário da Asprela e aos Centros Hospitalares aí localizados, veriam o tempo de viagem encurtado e embaratecido, aumentando assim a actratividade do transporte público em relação ao transporte individual, e por essa via, melhorando a mobilidade em toda a zona circundante, bem como a rentabilidade do sistema METRO/ANDANTE.
  • A linha da Boavista que não se justifica pela procura de utentes, deixava também de ter a saturação da linha como o seu argumento justificativo.

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