terça-feira, fevereiro 21, 2006

Moção de apoio aos utentes Aprovada por unanimidade na Assembleia Municipal de Vila do Conde [17.Fev.06]

Há já algumas décadas que os utentes da linha da Póvoa aspiram a um transporte rápido e confortável nas suas ligações entre freguesias servidas pelo comboio, mas sobretudo na ligação de Vila do Conde e Póvoa de Varzim ao Porto, já que sendo a ligação mais extensa, e por isso, mais demorada, é percorrida diariamente por estudantes e munícipes nas suas deslocações para os empregos e serviços da administração pública que se encontram aí localizados.


A substituição do serviço suburbano da CP por um outro, foi vista por uns como uma esperança e uma oportunidade de finalmente, vilacondenses e poveiros, verem realizada essa desejada e justificado anseio e por outros, como um erro técnico e de governação do qual se arrependeriam os mais entusiastas dessa opção.


O consenso estabelecido mais tarde de realizar dois serviços distintos, um de proximidade do tipo Metro, com mais e frequentes paragens, e outro com menos paragens, necessariamente mais rápido, cómodo e de maior capacidade de transporte na ligação ao Porto, parecia ser a solução de compromisso aceitável face às necessidades e ao avanço do Metro no terreno.


A cerca de um mês da conclusão das obras e abertura da linha, nenhuma das legítimas aspirações dos utentes e munícipes de Vila do Conde e Póvoa de Varzim estão garantidas: nem mais rapidez nem viagens mais cómodas.


Com efeito, e em resultado do aumento do treze para trinta e três paragens, nem um veículo ligeiro com maior poder de aceleração consegue melhor prestação que o mais pesado comboio.


Também a comodidade das viagens diminui, pois que além de menor capacidade de transporte de passageiros, os veículos de características urbanas, têm menos 258 lugares sentados e estes com bancos mais duros e sem apoios de rins e cabeça, são inadequados para viagens longas. Além disso, não têm W.C., prateleiras para pequenos volumes, cortinas de protecção contra a insolação, nem compartimento para grandes volumes e bicicletas.


Os abrigos das paragens são de tipo urbano, com dimensões mais reduzidas face aos existentes na CP, proporcionando menos protecção contra as intempéries, não têm W.C. nem telefone, equipamentos imprescindíveis já que muitas delas se situam em zonas rurais sem proximidade de habitações.


Nem o melhor desempenho ambiental e a melhor acessibilidade dos veículos para os utentes de mobilidade reduzida são melhorias suficientes para tão elevado investimento dos dinheiros públicos ou os demorados e penosos sacrifícios que as obras impuseram aos utentes.


Por fim, o tarifário fixado dificilmente pode ser aceite face à pior qualidade de serviço. O tarifário actual (1,35€ para o bilhete simples e 29,5€ para o passe mensal) corresponde ao preço praticado no pela CP no momento da interrupção do serviço, actualizado da inflação, que como já se demonstrou, era melhor ao que agora será prestado.


O tarifário agora proposto pela empresa do Metro (1,85€ para o bilhete simples e 46,25€ para o passe mensal) é 56,8% mais caro para o passe mensal e 37% para uma viagem simples entre a Póvoa ou Vila do conde e o Porto-Trindade.


Os jovens estudantes verão ser agravados os custos de 96,4% uma vez que perderão direito ao passe social (redução de 50%) para estudante agora fixado em 14,8€. De igual modo os reformados perderão direito ao respectivo passe social.


Os utentes de cidadãos de Vila do Conde e Póvoa de Varzim serão por isso discriminados face aos utentes da STCP e CP da restante área metroplitana.


Face ao exposto, a Assembleia Municipal de Vila do Conde, reunida a 17 de Fevereiro de 2006, decide:


  1. Recusar aumentos de tarifários que não sejam resultado de melhorias do serviço de transporte, designadamente na diminuição do tempo de viagem e da sua comodidade.

  2. Recusar a abolição dos passes sociais, designadamente do passe de estudante (redução de 50%) e o passe de 3ª idade, reformado e pensionista.

  3. Recomendar à Administração do Metro e ao governo, a compra de veículos de maior capacidade e mais confortáveis que melhor se adaptem ao serviço suburbano, como forma de evitar a pioria de serviço como resultado da substituição do comboio por viaturas urbanas.

  4. Recomendar ao Executivo camarário que no exercício das suas competências, leve as preocupações expressas nesta moção às entidades referidas n o ponto 3.


Nota:- se aprovada, deve esta moção ser publicada num jornal de publicação nacional publicada no norte ou com suplemento regional, bem como em dois jornais de publicação local, e ainda em duas rádios com emissão no concelho, além do boletim municipal e do sítio do município na Internet.

1 comentário:

fernando_vilarinho disse...

Os meus parabéns à CULP por esta moção de apoio aos utentes.
O consumidor final não pode ser sempre o onerado nos custos de uma ineficente gestão e administração da Metro em múltiplos aspectos. Os vila-condenses e seus vizinhos merecem mais consideração por parte da Metro.
Mais uma vez parabéns e muita força!